Seja Bem-Vindo

sábado, 20 de agosto de 2011

Tecnologia e Informação (Parte 3) -Fim

Se este blog fosse uma criança, provavelmente eu seria preso por abandono de incapaz.                                                      -haha.
Com um maior tempo disponível devido a uma série de fatores fica pressuposto que a minha atenção ao blog seja resgatada.

Enfim, voltemos ao assunto principal: tecnologia e informação.

Como uma boa coincidência (ou não), ao ler um dos textos contidos em minhas apostilas antigas do colegial, deparei-me com uma reprodução de Ruy Castro, impressa na Folha de São Paulo, na data de 05 de Maio de 2007, e intitulada 'Unplugged'.

Na apostila, este texto é dado como proposta de redação. A pergunta sugerida pelo apostileiro para que se tenha um ponto inicial na redação é: "Excesso de tecnologia e informação: necessidade ou escravidão?"

Reproduzirei o texto de Ruy Castro aqui, e as conclusões finais ficam por parte de cada um, utilizando de sua própria cultura e racionalidade.


Unplugged
     Você entra em qualquer restaurante a quilo e, para não perder tempo comendo, encontra tomadas por toda parte para, se quiser, ligar o notebook e continuar trabalhando. Não será por falta delas que você deixará de participar de uma conferência na hora do almoço com 20 outros executivos, cada qual numa cidade ou, quiçá, país.
      Mas, supondo que considere a hora do almoço sagrada e se recuse a trabalhar e mastigar ao mesmo tempo, há sempre o recurso de ligar o iPod e se isolar. Assim, alheio ao mundo exterior, você poderá engolir uma suave salada de faufilhas com breufas e relaxar ouvindo as 948 melhores faixas do Metallica estocadas no aparelhinho plugado à sua orelha.
     Bem, não é preciso ser tão radical e cortar as pontes com o mundo. Afinal, existe o celular. Com ele você pode gerar, reproduzir, manipular, receber, transportar, corrigir, salvar, desenvolver, deletar, definir, ampliar, imprimir, personalizar e enviar uma quantidade ilimitada de informações ou imagens inúteis. Pode também fotografar sem querer o próprio tímpano. E pode ainda telefonar para o escritório e se inteirar das últimas que aconteceram desde que você saiu de lá há cinco minutos.
     Some a isso os aparelhos de TV ligados neste e em outros restaurantes, botequins, hospitais, academias, bancos, shoppings, elevadores, vans, táxis, aeroportos e aviões. É um bombardeio de informação, pior do que qualquer blitzkrieg [blitzkrrik]¹ da Segunda Guerra. Nesta, ao menos, podia-se correr para os abrigos.
     Há uma nova meta pela qual lutar. Todo ser humano deveria ter direito a xis minutos diários de exclusividade dos próprios sentidos, sem precisar plugá-los a nenhuma geringonça do demônio ou deixá-los ser invadidos e envenenados por imagens e sons que ninguém pediu para existirem.

1- blitzkrieg: ofensiva poderosa, realizada de surpresa por força aérea e de infantaria coordenadas; guerra-relâmpago; operação de guerra rápida e intensa.

E então: Excesso de tecnologia e informação: necessidade ou escravidão? Responda a si mesmo.

sábado, 16 de julho de 2011

Tecnologia e informação (Parte 2, início)

Como sequência da série de posts sobre Tecnologia e Informação, e de acordo com o divulgado na primeira parte, aqui vai uma reflexão crítica sobre o texto "10 Estratégias de Manipulação Midiática", de Chomsky.

Começando logo, sem circunlóquios (Carlos Augusto da Silva Júnior).

A primeira, das 10 formas de manipulação, redigida por Chomsky, é:
"A Estratégia da Distração"
O elemento principal é tirar a atenção do público de assuntos realmente importantes, utilizando de tempestades de informações fúteis, insignificantes. "[...] Manter a atenção do público [...] distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real.[...]. Basicamente, manter a população cega, ocupada demais para se envolver com problemas sérios.

A segunda estratégia baseia-se em uma espécie de 'armadilha sem perigo':
"Criar problemas, depois oferecer soluções."
Baseia-se, simplesmente, na criação de problemas/conflitos tendo em vista causar reação popular de grande porte e, com isso, faça-se necessário a aprovação de medidas que, diante de determinada gravidade da situação, mesmo que pareçam absurdas, sejam requisitadas pela própria população.
Ex. de Chomsky: "Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos."

A terceira estratégia leva em conta a forma de um "conta-gotas" funcionar:
"A Estratégia da Gradação".
Como tornar aceitáveis mudanças radicais que causariam revoluções? Simples, à 'conta-gotas'.
Aplicando-as de forma que se tornem 'diluídas' diante dos olhos públicos, elas se tornam menos notáveis e, assim, menos questionáveis. O neoliberalismo foi adotado, em parte, desta forma. Estado mínimo, privatizações, grande porcentagem de desemprego, tais mudanças causariam uma revolução caso tivessem sido aplicadas em conjunto.

A estratégia de número quatro utiliza a expressão "dolorosa, porém necessária":
"A Estratégia do Deferido".
Promover uma decisão impopular com certo ar de extrema necessidade. Aproveitando a esperança da população que essa decisão seja apenas momentânea, e que tudo poderá ficar melhor no dia seguinte. A aceitação pública em relação à decisão começa a ser maior gradativamente, percebendo-se que não há como voltar atrás.

A mais simples, e talvez mais eficaz estratégia é listada na quinta posição:
"Dirigir-se ao público como crianças de baixa idade"
Tratando o grande público como crianças em sua publicidade, os "cabeças" intentam a influenciar o sentido crítico do consumidor. Na mais intensa busca por enganar o espectador, a utilização de elementos infantis, pertos da debilidade, é essencial. Em tal estratégia faz-se necessário 'copiar' o que Chomsky reproduziu em seu texto original, retirado do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas": "Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade."

(cont.)

Tecnologia e informação (Parte 2, continuação)

A sexta estratégia reflete sobre a confusão do emocional com o racional:
"Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão."
Abusando das situações, histórias e/ou personagens mais sofridos, mais necessitados de dó ou piedade, os anunciantes procuram infiltrar-se nos seus espectadores. Sendo assim, com um acesso quase que ilimitado ao emocional do 'rato de laboratório', os anunciantes tendem a "enxertar ideias e ideais" em seus seguidores, a fim de fazê-los a praticar os interesses das elites.

A mais cruel, em termos culturais, estratégia é a sétima:
"Manter o público na ignorância e na mediocridade."
Você pensa que a Educação é um problema difícil de ser resolvido? Acha mesmo que o péssimo ensino dado aos alunos de escolas públicas é reflexo de um governo desinteressado nesta área? Engana-se, meu caro!
Cada vez mais rastejante, o ensino fundamental e médio das instituições públicas definha sobre olhos governantes. E, ao invés do que muitos pensam, o fato de o ensino ser de péssima qualidade é um ligeiro interesse 'elitista'. Mantendo seus jovens longe de tecnologias, políticas, biologias, e áreas de 'grande raciocínio', a elite está abrindo um "grand canyon" entre as classes inferiores e as classes superiores, resultando na impossibilidade de alcance das inferiores sobre as superiores.

A oitava estratégia é a mais clássica nos dias de hoje:
"Estimular o público a ser complacente na mediocridade."
É praticamente comum, nos dias de hoje, ouvir jovens rindo da própria falta de cultura e informação. Jovens achando que é moda ser burro, estúpido, inculto, sem se preocupar com o futuro próximo. A intenção presente nesta estratégia é simples e coerente: Fazer com que o indivíduo julgue-se culpado por sua própria incapacidade, o que vemos na estratégia a seguir.

A nona estratégia relata o sentimento de culpa da sociedade com a própria sociedade:
"Reforçar a revolta pela auto culpabilidade"
Quando a massa acredita que a culpa dos males (principalmente políticos) existentes no cenário de seu país é toda sua, cria-se um sentimento de auto culpabilidade e faz com que o cidadão, como um todo, se sinta inibido de reagir contra os erros que supostamente foram cometidos por eles mesmos. "[...] E, sem ação, não há revolução!" [sic]

A última estratégia, e mais neurótica possível, mexe com o autoconhecimento:
"Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem."
Especificamente tratando-se da TV e do Rádio (ainda que o último tenha tido sua audiência extremamente diminuída nos últimos tempos), a medição do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) de cada tipo de programa proporciona aos anunciantes um elevadíssimo conhecimento de seus espectadores. Sabendo, assim, seus gostos, sentimentos, revoltas, vontades. Associados a isto, os avanços da tecnologia, biologia, neurobiologia e a psicologia aplicada têm tido maior conhecimento do indivíduo do que ele mesmo pode se conhecer.


A Parte 2 da série de posts sobre Tecnologia e Informação se encerra aqui:
Na terceira parte, a abordagem será feita a respeito da última estratégia de manipulação midiática de Chomsky, o autoconhecimento.
Um leque de ideias foi debatido entre mim e um de meus amigos, Iuri Matias, em uma conversa recente, e estas ideias serão postas em letras públicas no próximo post.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tecnologia e informação (Parte 1)

Como ponto de partida da criticidade deste blog, começarei uma série (curta, média ou longa... previamente IN-definida) a respeito da tempestade de informações, dados, pesquisas, ciências e outras descobertas que nos cercam a cada minuto.

Neste primeiro post, basear-me-ei em um texto redigido por Ruy Castro, na Folha de São Paulo, datado em 05 de Maio de 2007 e chamado "Unplugged".

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CEGAS INFORMAÇÕES

A cada segundo que se passa o almoço bem aproveitado, o cafezinho no meio da tarde, o lanche ao final do dia de expediente tornam-se cada vez mais escassos. O que vemos, a cada dia mais, são pessoas almoçando em restaurantes com um acompanhante ilustre: o notebook. Quando não conectadas via notebook, estão ligadas no celular. Quando conseguem, enfim, livrar-se de informações adicionais durante sua sagrada refeição, entram em ação os IPods, IPads, MP3s, MP4s, IPhones, e todos os mais diversos tipos de reprodutores musicais.

Nosso cérebro, ouvido e estômago sofrem diante de tanta eletrônica presente ao nosso redor. E para quem pensa que isso se restringe apenas às refeições, engana-se. Cada vez mais, em agências bancárias, veem-se jovens 'ratos-de-banco' utilizando seus "instrumentos" musicais para se distrair enquanto as 120 pessoas que estão na sua frente são atendidas. Qual o impedimento de, ao invés de pegar um IPod 4 para ouvir, o jovem pegar um Dom Casmurro, ou mesmo O Alto da Barca do Inferno, para ler? Seria isto motivo de chacota diante de outros jovens presentes? Talvez.

Pode-se usar como um grande ponto de partida racional a passagem de uma música do grupo Capital Inicial, chamada "Não Olhe Pra Trás", onde, na segunda estrofe, terceiro verso, nós encontramos: "Se a inteligência ficou cega / De tanta informação".
Qual o ponto de partida racional que poderíamos espremer dessa passagem?
Simples. A cada minuto somos bombardeados com centenas de notícias cada vez mais globalizadas. A cada minuto a cultura, tanto nacional, quanto internacional, é reprimida com 'modeletes comerciais' impostas pela mídia e aceitas pelo consumidor. As visões críticas da sociedade decaíram com o passar dos anos, na mesma proporção que o domínio midiático aumentou. O senso crítico e revolucionário fora dominado por interesses comerciais. A imposição de um monopólio midiático foi feita com consentimento - beirando a parceria - com os três poderes.

Em 'Tecnologia e informação (Parte 2)', basear-me-ei em um famoso texto de Chomsky para relacionar algumas das maiores estratégias de domínio público sobre a sociedade como um todo.

sábado, 9 de julho de 2011

Hipocrimetria, a intenção.

Hipocrisia, definição: Atitude que, por uma pessoa, é criticada em público, porém realizada fora do alcance visual da sociedade pela mesma. Ato de fingir ser alguém, ou seguir uma ideologia, sendo que na realidade não se cumpre o divulgado.
Hipocrisia provém do latim 'hypocrisis' e do grego 'hypokrisis', siginificando: 'ação de desempenhar um papel'.

Metria. definição: Sufixo, originário do Grego, exprimindo a idéia de 'medição' ou 'medida' (calorimetria, volumetria).

Explicações e definições devidamente apresentadas.
Sendo assim, o que se pode visualizar com a denominação que este blog recebe?
Recebe a interpretação de ser um blog crítico e analista de situações cotidianas - pessoais ou não - que possam expressar traços hipócritas da sociedade.
Às vezes com tom humorado, às vezes irônico, mas sempre crítico.

Situações cotidianas são as matérias-primas principais dos textos. Porém, acontecimentos passados e previsões serão também carro-chefe.

Quando utilizadas, as fontes serão devidamente divulgadas. Assim como escritores, blogueiros, jornalistas, serão devidamente identificados quando pensamentos seus forem reproduzidos.