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sábado, 16 de julho de 2011

Tecnologia e informação (Parte 2, continuação)

A sexta estratégia reflete sobre a confusão do emocional com o racional:
"Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão."
Abusando das situações, histórias e/ou personagens mais sofridos, mais necessitados de dó ou piedade, os anunciantes procuram infiltrar-se nos seus espectadores. Sendo assim, com um acesso quase que ilimitado ao emocional do 'rato de laboratório', os anunciantes tendem a "enxertar ideias e ideais" em seus seguidores, a fim de fazê-los a praticar os interesses das elites.

A mais cruel, em termos culturais, estratégia é a sétima:
"Manter o público na ignorância e na mediocridade."
Você pensa que a Educação é um problema difícil de ser resolvido? Acha mesmo que o péssimo ensino dado aos alunos de escolas públicas é reflexo de um governo desinteressado nesta área? Engana-se, meu caro!
Cada vez mais rastejante, o ensino fundamental e médio das instituições públicas definha sobre olhos governantes. E, ao invés do que muitos pensam, o fato de o ensino ser de péssima qualidade é um ligeiro interesse 'elitista'. Mantendo seus jovens longe de tecnologias, políticas, biologias, e áreas de 'grande raciocínio', a elite está abrindo um "grand canyon" entre as classes inferiores e as classes superiores, resultando na impossibilidade de alcance das inferiores sobre as superiores.

A oitava estratégia é a mais clássica nos dias de hoje:
"Estimular o público a ser complacente na mediocridade."
É praticamente comum, nos dias de hoje, ouvir jovens rindo da própria falta de cultura e informação. Jovens achando que é moda ser burro, estúpido, inculto, sem se preocupar com o futuro próximo. A intenção presente nesta estratégia é simples e coerente: Fazer com que o indivíduo julgue-se culpado por sua própria incapacidade, o que vemos na estratégia a seguir.

A nona estratégia relata o sentimento de culpa da sociedade com a própria sociedade:
"Reforçar a revolta pela auto culpabilidade"
Quando a massa acredita que a culpa dos males (principalmente políticos) existentes no cenário de seu país é toda sua, cria-se um sentimento de auto culpabilidade e faz com que o cidadão, como um todo, se sinta inibido de reagir contra os erros que supostamente foram cometidos por eles mesmos. "[...] E, sem ação, não há revolução!" [sic]

A última estratégia, e mais neurótica possível, mexe com o autoconhecimento:
"Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem."
Especificamente tratando-se da TV e do Rádio (ainda que o último tenha tido sua audiência extremamente diminuída nos últimos tempos), a medição do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) de cada tipo de programa proporciona aos anunciantes um elevadíssimo conhecimento de seus espectadores. Sabendo, assim, seus gostos, sentimentos, revoltas, vontades. Associados a isto, os avanços da tecnologia, biologia, neurobiologia e a psicologia aplicada têm tido maior conhecimento do indivíduo do que ele mesmo pode se conhecer.


A Parte 2 da série de posts sobre Tecnologia e Informação se encerra aqui:
Na terceira parte, a abordagem será feita a respeito da última estratégia de manipulação midiática de Chomsky, o autoconhecimento.
Um leque de ideias foi debatido entre mim e um de meus amigos, Iuri Matias, em uma conversa recente, e estas ideias serão postas em letras públicas no próximo post.

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